segunda-feira, 7 de maio de 2012


“Você é o ultimo da fila pois os ingressos se esgotaram. Assim que chegar a hora certa, as cortinas do teatro se fecharão automaticamente, alguns atores irão para suas casas, enquanto outros estarão em busca de diversão pela madrugada a fora em qualquer bar ou praça por ai. O amor que usei e abusei nessa história durante tanto tempo será levado pelos lixeiros às exatas onze e trinta de amanhã. E não, não vai adiantar rodar o mundo atrás de motivos que me façam mudar de ideia, está decidido, depois de hoje eu não quero sentir por ninguém o que eu senti por você. Não, eu não aguentaria passar outra vez pelo que eu estou passando agora. Você é minha ultima esperança, te entreguei tudo, na verdade, eu me entreguei junto ao resto e espero que nessas duas horas e meia de espetáculo, você perceba o que está perdendo e não me deixe ir pra casa sem saber o que realmente se passa ai dentro. Uma palavra, um gesto, um gaguejo qualquer, eu só quero um motivo justo pra não desistir de você e juro que seria capaz de passar mais dois ou três anos lutando pelo nosso amor. Sem cansar, sem parar, sem nunca deixar levar. Caso contrário, estou jogando sua caixa de lembranças junto com o tão pequeno pedaço do meu coração que ainda se esforça em ser algo na lixeira logo ali em frente. E que se dane, quero que tudo se torne em nada, quero que tudo se feche e eu simplesmente pare de sentir. Porque é isso ai, você é o ultimo que apreciará o meu amor e se você se for, ninguém saberá o que eu fui antes de te conhecer, ninguém presenciará a quebra de meus limites. Porque assim que as cortinas se fecharem, até o nós dessa história deixará de existir.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário